Semana Nacional de Controle e Combate à leishmaniose

Em 2023, foram notificados, em Minas Gerais, 80 casos confirmados de leishmaniose visceral até julho. Desse total, dez pacientes morreram. Também foram registrados 950 casos de leishmaniose tegumentar americana, com uma morte confirmada. Em 2022, foram confirmados 194 casos de leishmaniose visceral, com 29 óbitos, e 1.090 de leishmaniose tegumentar americana, sem mortes confirmadas.

A doença transmitida por mosquito-palha é grave e pode matar. O diagnóstico e os tratamentos estão sendo discutidos na Semana Nacional de Controle e Combate à leishmaniose, que vai até o dia  17 de agosto. O evento tem o objetivo de reforçar a importância de prevenir e tratar a doença infecciosa. Causada pelo parasita do gênero Leishmania, a doença se apresenta em duas formas: a leishmaniose visceral (LV), que ataca os órgãos internos, principalmente o baço e o fígado, e a leishmaniose tegumentar americana (LTA), que ataca a pele e as mucosas.

A Secretaria de Estado de Saúde lembra que as leishmanioses são transmitidas pela picada da fêmea do flebótomo, um inseto muito pequeno (de 2 a 3 milímetros), de cor clara, quase transparente. Por isso, em algumas regiões, ele é conhecido popularmente como mosquito-palha.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a leishmaniose visceral, também chamada de calazar, uma das seis endemias prioritárias do mundo. Quando não é tratada, ela causa uma alta taxa de morbidade. É uma doença crônica e não contagiosa, tendo o cão doméstico como principal reservatório da LV. O curioso é que ela não é transmitida do cão para o homem, mas por meio da picada do mosquito-palha.

Os principais sintomas da LV são febre irregular de longa duração (mais de sete dias), falta de apetite, emagrecimento, fraqueza, aumento do abdômen, anemia e sangramentos (fase mais avançada da doença).

O outro tipo de leishmaniose, a tegumentar americana, atinge a pele e as mucosas. As lesões cutâneas podem ser únicas, múltiplas, disseminadas ou difusas; já a forma mucosa caracteriza-se pela presença de lesões destrutivas localizadas, em geral, nas vias aéreas superiores. Minas Gerais registra uma média de 1,5 mil casos por ano desse tipo da doença. Apesar do baixo risco de óbito, ela causa muitos problemas, tanto com relação à questão clínica, quanto a fatores psicológicos, devido às lesões e deformidades que provocam.

A população brasileira tem acesso tanto ao diagnóstico quanto ao tratamento da leishmaniose pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No caso dos cães, caso o tutor perceba no animal sintomas de leishmaniose visceral, deve procurar imediatamente o serviço de Zoonoses ou a Secretaria Municipal de Saúde e solicitar a realização de exame para diagnóstico da doença.

Seguem algumas dicas de prevenção passadas pelas autoridades de saúde:

– Usar repelentes e evitar exposição nos horários de atividades do vetor (ao amanhecer, ao entardecer e à noite) em ambientes onde possa ser encontrado;

– Manter o quintal limpo, recolhendo folhas, fezes de animais e restos de alimento;

– Embalar o lixo corretamente e dar destinação certa a ele;

– Fazer a poda periódica de árvores e arbustos;

– Vedar bem as composteiras;

– Utilizar tela de malha fina nas portas e janelas;

– Cuidar corretamente do seu cão, impedindo que ele fique solto nas ruas;

– Utilizar coleiras impregnadas com inseticidas para repelir o mosquito-palha;

– Telar o canil com telas de malha fina;

– Evitar passear com o cão nos momentos de maior atividade do mosquito (pela manhã e ao entardecer);

– Levar o cão regularmente ao médico veterinário.

Abaixo, a coordenadora de Zoonoses e Vigilância de Fatores de Risco Biológicos da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Mariana Gontijo, traz mais dicas.

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