Juiz de Fora 173 anos – Museu Mariano Procópio
A vila no alto de uma colina era vista ao longe pelos moradores e visitantes de Juiz de Fora. O Castelinho de inspiração renascentista italiana foi projetada pelo arquiteto alemão Carl August Gambs e construído na segunda metade do século XIX para receber a família de D. Pedro II. O Imperador e a comitiva foram recepcionados na Vila que tinha 14 cômodos, divididos em dois pavimentos.
O local era a casa de veraneio da família de Mariano Procópio Ferreira Lage. Depois da morte dele, a esposa, Maria Amália, manteve a vila. Em 1914, quando ela morreu, Alfredo Ferreira Lage, filho mais novo de Mariano Procópio, herdou a residência e a transformou em um museu particular, com peças do período colonial, obras de arte, conchas e animais empalhados. Em 1921, Alfredo acumulava uma coleção tão numerosa que decidiu construir um prédio anexo, que se tornou a primeira galeria de arte do estado de Minas Gerais. Foi então inaugurado o “Museu Mariano Procópio” em homenagem ao pai dele, abrindo o espaço para a visitação pública.
Há 16 anos, o prédio foi fechado para ser restaurado. O anexo foi reformado e reaberto ao público primeiro. Agora, é a vez dos moradores e visitantes terem de volta o acesso liberado ao Castelinho. Hoje, dia 31 de maio, aniversário de 173 anos de Juiz de Fora, está marcada uma solenidade para autoridades e convidados para a reabertura da vila do Museu Mariano Procópio, que possui o segundo maior acervo do Brasil do Império, com aproximadamente 53 mil itens.
A prefeitura de Juiz de Fora investiu na reabertura do espaço e finalização da reforma em torno de R$ 800 mil. O acervo, que não é exposto ao público desde 2007, contém mobiliários e objetos da família imperial, obras de arte brasileiras e estrangeiras, um enorme acervo de história natural, documentos e fotografias. Símbolo da memória nacional, o Museu Mariano Procópio é considerado o primeiro museu de Minas Gerais, tendo completado seu centenário em 2021.
Nesta quinta-feira, 01/06, e na sexta, 02/06, o museu vai receber apenas a visita de estudantes de escolas públicas e privadas que já estavam agendadas. Mas, no sábado, a Vila vai ser aberta ao público em geral. Um dos destaques da reinauguração é a sala de jantar da família Ferreira Lage. O local foi usado para servir as refeições ao Imperador e à família dele durante a visita a Juiz de Fora.
O ambiente tem estilo renascentista italiano, como o restante da casa, e é composto por porcelanas e cristais do século XIX. Era nesse ambiente que as duas famílias, tanto a Imperial quanto a Ferreira Lage, se reuniam para compartilhar os almoços e jantares. Uma curiosidade é que a sala fica bem próxima a sala de música, assim o som do piano poderia ser ouvido durante as refeições. A Villa Ferreira Lage estará aberta ao público geral das 9h às 16h. Assim como as outras exposições disponíveis no Museu, a entrada é gratuita e livre para todas as idades. As entradas são pela Rua Dom Pedro II, 350, e pela Rua Mariano Procópio, 1100.