LirAa de janeiro: 366 municípios em alerta em MG

Foto SES/Divulgação

Foi divulgado nessa quinta-feira, 29/02, o resultado do primeiro LirAa, Levantamento Rápido de Índices de para Aedes Aegypti, de 2024. O trabalho foi feito entre os dias 8 e 27 de janeiro e é uma estratégia importante para direcionar as ações de controle das doenças transmitidas pelo mosquito, como dengue, chikungunya e zika.

O resultado apontou que dos 808 municípios onde a pesquisa foi feita, 137 apresentaram um Índice de Infestação Predial pelo Aedes (IIP) igual ou menor que 0,9, sendo classificados como satisfatórios e em baixo risco de transmissão das doenças.

Por outro lado, 366 municípios estavam em situação de alerta e 305 em risco elevado para a transmissão de dengue, chikungunya e zika. Como ocorreu nos levantamentos anteriores, a maior parte dos focos do mosquito está dentro de residências, em recipientes como vasos de plantas e pratinhos, além de áreas externas onde itens acumulados podem gerar água parada.

Situação em Juiz de Fora

Em Juiz de Fora, o monitoramento e o controle do vetor têm sido feitos de forma contínua, com ações preventivas intensificadas durante o período sazonal das arboviroses, quando as condições climáticas favorecem a reprodução do mosquito.

As equipes de Zoonoses são divididas em rotas por todas as regiões do município. Nossa equipe acompanhou o trabalho preventivo na Zona Leste da cidade. Nos encontramos com os agentes de endemias na Unidade Básica de Saúde São Sebastião/Santa Cândida.

Seguimos o grupo para algumas ruas próximas. E ficamos surpresos por constatar o descaso de muitos moradores. Os agentes iam de porta em porta, tocando as campainhas, batendo palmas e anunciando que eram da Secretaria de Saúde e da equipe de combate à dengue.

As cortinas mexiam, algumas crianças chegavam nas janelas, havia som de rádio e TV ligados e, mesmo assim, as portas não eram abertas para os agentes de endemias. Num única rua, de 30 residências, eles só conseguiram acesso a duas!

Não adianta a população usar as redes sociais para cobrar das autoridades o extermínio do mosquito, se algumas pessoas não colaboram. O trabalho preventivo tem garantido a Juiz de Fora o melhor resultado entre as sete maiores cidades de Minas.

Mesmo assim, o número de casos tem subido rapidamente a cada Boletim Epidemiológico divulgado. Em fevereiro, em 21 dias, o índice de casos confirmados de dengue passou de 450 para 1.180. Os moradores não são multados ou punidos quando algum foco é encontrado. Eles são orientados, os agentes eliminam os focos e colocam produtos nos ralos e nos locais que acumulam água.

LirAa 2024

Os 37 municípios da Superintendência Regional de Saúde de Juiz de Fora enviaram dados para a Secretaria de Estado de Saúde e participaram do Levantamento. Desses, 9 estão em situação satisfatória, 19 em alerta e 9 em situação de risco.

Os dados do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LirAa/LIA) de 2024 permitem identificar os locais e os tipos de recipientes onde o mosquito está se proliferando, o que é essencial para direcionar as ações de combate ao vetor. Por exemplo, os depósitos móveis, como vasos de plantas e frascos, foram os mais frequentemente infestados, seguidos por lixo, sucatas e entulhos.

Já o Índice por Tipo de Recipiente (ITR) busca melhorar o uso de recursos humanos e materiais no combate ao mosquito. Ele indica o percentual de cada tipo de recipiente em que foram encontradas larvas de Aedes, permitindo que as equipes de combate a endemias direcionem suas ações de acordo com a situação da infestação em cada área do município.

Em janeiro de 2024, permaneceu mais frequente (34,9%) a infestação dos depósitos móveis (vasos, frascos e pratinhos de plantas, bebedouros, recipientes de degelo das geladeiras etc.), semelhante aos quatro levantamentos realizados em 2023.

Lixo, sucata e entulho ocuparam a segunda colocação entre os recipientes mais infestados em janeiro de 2024 (25%), assim como visto nos levantamentos feitos em janeiro, maio e outubro de 2023.

Os depósitos utilizados no armazenamento de água para consumo humano ao nível do solo (tonel, tambor, barril, filtro etc.) apareceram em terceiro lugar (17,5%) entre os mais infestados, assim como foi observado em 2023. Pneus e outros materiais rodantes ocuparam a quarta posição (10%), seguidos dos depósitos fixos (tanques em obras, borracharia ou horta, calhas, lajes, sanitários, piscinas, ralos etc.) com 9%.

Nas últimas colocações, apareceram os depósitos de água elevados ligados à rede pública ou a sistemas de captação (caixa d´água, tambor, depósitos de alvenaria etc.) e os depósitos naturais (bromélias, ocos de árvores e de rochas etc.) com 2,0% e 1,6%, respectivamente.

Abaixo, o Subsecretário de Estado de Vigilância em em Saúde, Eduardo Prosdoscimi, traz orientações à população.

Como combater o mosquito

  •  Mantenha lixeiras sempre tampadas.
  •  Deixe o quintal sem lixo e entulhos e coloque garrafas e baldes de cabeça para baixo.
  •  Mantenha reservatórios de água do ar-condicionado, geladeira e umidificador secos e vazios.
  •  Os ralos devem estar limpos e protegidos por tela.
  •  Não use pratinhos que acumulam água sob os vasos de planta.
  •  Os bebedouros dos animais devem ser limpos com bucha ou escova semanalmente.
  •  Mantenha as canaletas e calhas desobstruídas para não acumularem água com a chegada das chuvas.
  •  Faça manutenção periódica de piscinas e caixas d’água.
  •  Coloque plantas que acumulam água em local coberto.
  •  Deixe lonas bem esticadas, evitando a formação de poças d’água.

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