MG prevê recorde de registros de dengue no estado

Foto PJF/ Divulgação
Desde que Minas Gerais decretou situação de emergência, em janeiro deste ano, os dados sobre as arboviroses no estado têm sido monitorados com mais rigor. Os números preocupam. De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses, foram notificados 194.801 casos prováveis de dengue em Minas Gerais até 16/02, com 67.592 confirmações. Há 105 óbitos em investigação e 18 confirmados. Em relação à chikungunya, até o momento, foram notificados 23.628 casos prováveis, sendo 15.727 confirmados para a doença. Há 16 óbitos em investigação e um óbito confirmado.

De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, “nossa previsão é de uma curva ascendente. Ainda não temos os dados desta última semana epidemiológica, mas nunca vivenciamos uma inclinação tão forte de dengue na nossa história. Já ultrapassamos o pico da previsão e não temos dúvidas que este vai ser o pior ano da nossa história de dengue”.
Foi anunciada pela Secretaria de Estado de Saúde a destinação de mais de R$ 150 milhões a todos os municípios do estado no enfrentamento às doenças provocadas pelo mosquito Aedes aegypti, além da promoção de um Dia D contra arboviroses, a capacitação de equipes de saúde e a implementação da abertura por 24 horas da sala de hidratação do Hospital Júlia kubitschek , em Belo Horizonte.

O secretário alerta que o aumento de incidência do sorotipo denv2 e o retorno da circulação do sorotipo denv3 são motivos de preocupação, uma vez que a maioria das pessoas está sem imunidade para esses sorotipos, logo uma infecção pode gerar casos mais graves. “Nossos esforços devem ser concentrados no atendimento qualificado, pois o óbito por dengue é evitável. Na maior parte dos casos, o tratamento é feito com hidratação no tempo certo e por isso estamos investindo cada vez mais na capacitação dos profissionais de saúde para que o tempo de identificação dos casos graves seja agilizado”, reforçou.
Dia D
A SES-MG também coordenará o Dia D de conscientização e combate à arboviroses em todo o estado, por meio das 28 Unidades Regionais de Saúde (URS). A ideia é promover o movimento Minas Unida no Combate ao Mosquito no dia 24/2. O movimento, ao qual já aderiram 160 municípios mineiros de todas as regiões, realizará mutirões comunitários para eliminar os focos de Aedes aegypti.
Estão planejadas ações de mobilização para orientar e conscientizar a população que a responsabilidade diária de manter ambientes dentro das casas é também do cidadão. Para prevenir a proliferação do mosquito causador da dengue e chikungunya, é fundamental a adoção de ações de proteção coletiva, como remoção de locais onde há acúmulo de água e eliminação de criadouros de mosquitos, além do tamponamento de caixas d’água e realização da limpeza das calhas.
Para a proteção individual contra a picada do mosquito, recomenda-se o uso de repelente, inclusive por pessoas com sintomas ou já diagnosticada com dengue ou chikungunya, uma vez que o mosquito pode se infectar ao picá-la e transmitir a doença para outros indivíduos. Em caso de sinais e sintomas suspeitos de dengue, chikungunya ou zika, recomenda-se buscar o atendimento médico. As UBSs são a porta de entrada para esses pacientes em todo o estado.

Em Juiz de Fora, a Prefeitura tem feito ações de limpeza e de conscientização. No último sábado, 17/02, o combate ao mosquito e a identificação de focos foi feita no bairro Benfica, na Zona Norte do município.

Os agentes de endemias distribuíram panfletos com orientações à população. Eles também vistoriaram casas, quintais e terrenos vazios em busca de possíveis focos de Aedes aegypti. Nesta semana, desta segunda, 19/02, até a sexta-feira, 23/02, vão ser mantidas as rotas de visitas e vistorias a residências e lotes em diversos bairros espalhados pelo município. As atividades já acontecem semanalmente, conforme cronograma definido pela Subsecretaria de Vigilância em Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde.


