Operação Falsa Prerrogativa – advogada é presa em Ubá

Foto PCMG

Nesta quinta-feira, 31/08, a Polícia Civil prendeu em Ubá uma advogada suspeita de tráfico de drogas. A investigada, de 42 anos, se aproveitava das prerrogativas profissionais para facilitar as transações de drogas dentro de uma unidade prisional. O nome da operação faz alusão às prerrogativas conferidas aos profissionais advogados que usam dos preceitos legais para cometerem crimes.

Além do cumprimento de um mandado de prisão temporária, foram cumpridos outros sete mandados de busca e apreensão na presença de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil. Os policiais civis apreenderam documentos, notebooks e aparelhos celulares que poderão demonstrar o envolvimento de outros advogados. A investigação foi feita pela equipe da Delegacia de Polícia Civil em Ubá e os trâmites processuais contaram com apoio da Polícia Penal e do Ministério Público.

O trabalho policial começou quando as autoridades notaram que, nos últimos meses, houve um aumento no fluxo de drogas dentro do Presídio de Ubá, com apreensões de entorpecentes na unidade prisional. A investigação revelou que a advogada, integrante de um grupo criminoso, facilitava a entrada e as transações de drogas entre detentos de diferentes pavilhões no presídio, utilizando do parlatório – sala reservada aos atendimentos jurídicos ou íntimos, com total privacidade.

Segundo a Polícia Civil, em julho desse ano, policiais penais prenderam dois detentos por tráfico de drogas no presídio, apreendendo as drogas logo após o atendimento jurídico. A partir de então, a PCMG aprofundou as investigações e concluiu que a advogada presa, com auxílio de outros colegas de profissão, estaria utilizando de suas prerrogativas profissionais para realizar, no presídio, falsos atendimentos jurídicos de detentos que, sequer, eram seus clientes. Na investigação, ficou apurado que os supostos atendimentos tinham a única finalidade de promover a transação de drogas entre os pavilhões.

As autoridades concluíram que as lideranças criminosas que estavam presas no estabelecimento prisional de Ubá determinavam quais detentos seriam os atendidos pela advogada e a ordem de atendimento a fim de conseguirem fazer circular as drogas e atingirem grandes lucros.

O esquema identificado é o seguinte: detentos em regime semiaberto, engoliam as drogas e retornavam para unidade prisional onde, após expeli-las, eram atendidos pela advogada no parlatório, que em seguida, atendia outro detento, de outro pavilhão ou regime, possibilitando a circulação das drogas entre presos e pavilhões que não se comunicam. Ela inclusive orientava onde esconder as drogas e coordenava o fluxo de atendimento visando o êxito da empreitada criminosa.

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