Policial Penal investigado se mata antes de ser preso na Operação Mecanismo III
Está sendo realizada desde o início da manhã desta quinta-feira, 31/08, a terceira fase da operação Mecanismo, destinada a apurar crimes de corrupção passiva e lavagem de capitais praticados por policiais penais, no âmbito do sistema prisional em cidades da Zona da Mata Mineira. A operação é coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Regional da Zona da Mata, em conjunto com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e as Polícias Militar e Penal de Minas Gerais.
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais, está sendo investigada a existência de um complexo esquema criminoso formado por policiais penais, agentes públicos, presos e pessoas ainda não totalmente identificadas, consistente na promoção do ingresso de aparelhos celulares no interior de estabelecimentos prisionais situados na Zona da Mata mineira, mediante o pagamento de propina e favores indevidos.
O Gaeco apurou que agentes públicos estariam cobrando propina para facilitar a transferência de presos e para fazer “vistas grossas” ao ingresso de telefones móveis para dentro da carceragem da unidade prisional. Para ocultar e dissimular a movimentação de valores oriundos do recebimento de propina, os envolvidos usavam contas bancárias cadastradas em nome de terceiros.
A terceira fase da operação teve como objetivo cumprir três mandados, um de busca e apreensão em Muriaé. Outro de busca e apreensão e um de afastamento do cargo público foram cumpridos em Palma. No cumprimento dos mandados em Palma, durante as diligências, o policial penal investigado tirou a própria vida utilizando a arma de fogo dele.
A segunda fase da Operação Mecanismo foi realizada no dia 12 de maio deste ano. O Gaeco Zona da Mata, em conjunto com a Sejusp, Polícia Militar e Polícia Penal do Estado de Minas Gerais, cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em Juiz de Fora e São Geraldo. Cerca de 30 celulares foram apreendidos durante a ação. Três policiais penais foram afastados dos cargos e também foram apreendidos aproximadamente R$ 55 mil em espécie.
A Operação Mecanismo começou em 29 de abril. Na primeira fase, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão temporária, bem como ao afastamento do cargo de dois agentes públicos, nos municípios de Muriaé, Visconde do Rio Branco, Palma, Juiz de Fora, Rio de Janeiro, Ervália, Guiricema e São Geraldo. Dois policiais penais e uma pessoa civil foram presos em flagrante delito durante as buscas, em razão da apreensão de munições e de porções de cocaína.
Também foram apreendidos aparelhos eletrônicos diversos, tais como celulares e notebooks, documentos, além de R$ 35 mil em espécie. Durante as buscas ocorridas na Penitenciária Arioswaldo Campos Pires e no Complexo Penitenciário de Gericinó (Bangu III) as equipes localizaram e apreenderam aparelhos celulares dentro das celas dos representados.