Risco de cabeças d’água coloca turistas em perigo no verão
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais resgatou no último domingo, 07/01, um grupo de 16 pessoas que ficou ilhado na cachoeira de Braúnas, na região da Serra do Cipó. Os banhistas ficaram presos em um ponto próximo a cachoeira e foram retirados do local com o apoio dos militares e da aeronave Arcanjo do CBMMG.
A cada ano, os Bombeiros atendem em Minas mais de mil ocorrências envolvendo casos de afogamento e uma média de 200 casos de morte por ano. A maioria das ocorrências é registrada em regiões de cachoeiras, rios e lagos.
Em 2021, uma cabeça d’água arrastou dezenas de pessoas em Capitólio, ferindo várias vítimas e deixando pelo menos três mortas. As cachoeiras e os parques de Minas Gerais atraem turistas de todas as partes do país. Mas, é preciso ter cuidado com as quedas d’água, que podem esconder riscos para banhistas.
Um dos maiores perigos é um fenômeno típico de verão, mais conhecido como cabeças d’água. É o aumento rápido do nível de um curso de água devido à chuva de grande intensidade que, normalmente, ocorre nas cabeceiras dos rios ou em trechos mais altos de seu percurso, onde acontece o escoamento superficial da água.
O grande volume de água pode surpreender os banhistas, mas dá sinais claros de que está prestes a ocorrer, por isso, o ideal é observar os seguintes indícios:
- Se a correnteza começa a ficar mais rápida e a trazer muitas folhas e galhos, indica que está descendo um grande volume de água. Vale também observar a movimentação dos animais. As aves fogem da chuva da cabeceira e voam no sentido contrário.
- A cor da água também pode ser um indicativo de que o fenômeno está acontecendo. Se a água começar a ficar mais turva, é hora de deixar o rio em direção a um local seguro. Vale destacar que os lugares mais recorrentes são os trechos do rio com encostas íngremes e afastadas das nascentes, onde o nível da água tende a aumentar com maior vazão. Se o local já possui sinalização de alertas para possíveis cabeças d’água, redobre a atenção e a qualquer indicativo de chuva jamais se arrisque.
Segundo o Corpo de Bombeiros, uma forma de evitar o problema é ficar mais próximo à nascente do rio, onde a possibilidade de acontecer a cabeça-d’água é menos provável e optar por frequentar locais que contam com salva-vidas. Se ainda assim for surpreendido, procure proteção para só depois continuar o percurso. Não tente atravessar a correnteza. O ideal é buscar um lugar mais alto, longe do rio, e esperar a enxurrada passar.
Outra forma de planejar o passeio e evitar aborrecimentos é se certificar das condições do tempo, sempre avisar outras pessoas e não ir sozinho. Checar a previsão não apenas para os arredores do curso d’água, mas também para toda a região, evitará surpresas desagradáveis e garantirá mais proveito na diversão. Abaixo, o sargento Felipe Soares, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, tem mais orientações. As imagens do flagrante de cabeça d’água são o site Interligado Muriaé.