Imagine a situação: você abre a geladeira com a intenção de pegar alimentos para preparar uma salada. Lembra que acabou de comprar um pé de alface fresquinho! Puxa a sacola plástica e…vê uma cobra dentro dele! Nem é bom pensar, não é? Mas, foi isso que aconteceu com uma moradora do bairro Bandeirantes, na Zona Nordeste de Juiz de Fora.

Ao perceber o réptil, confortavelmente instalado no alface, ela se assustou, fechou a porta da geladeira e chamou o Corpo de Bombeiros. Os militares foram ao local e encontraram uma jararaca dormideira dentro da sacola plástica. Eles removeram a embalagem e capturaram a cobra preguiçosa, que não esboçou nenhuma reação. Ela foi encaminhada para o CETAS, Centro de Triagem de Animais Silvestres do IBAMA, em Juiz de Fora.

Com certeza, a moradora vai demorar um tempo para conseguir abrir a geladeira sem imaginar o que mais pode encontrar lá dentro! Já a serpente, deve estar descansando do susto que também levou! Ao contrário da jararaca e da jararacuçu, a Cobra dormideira (Sibynomorphus mikanii) não é peçonhenta e só morde quando é manipulada de forma inadequada. Então, fica o recado: se encontrar uma delas, não mexa ou, se for necessária a remoção, faça com as técnicas corretas ou chame o Corpo de Bombeiros.

A dormideira lembra muito a jararaca peçonhenta, mas prestando a atenção é possível notar as diferenças. O corpo é branco e marrom, com manchas pretas e o tamanho varia de 15 cm a 40 cm. A dormideira se diferencia da jararaca pelas manchas negras ao longo do corpo. Elas formam retângulos nas dormideiras e, nas jararacas, podem variar em formas de “V” a “U”.

Esse tipo de cobra gosta de viver em florestas úmidas, bordas de matas, pastagens e áreas secas, sendo facilmente encontradas no Cerrado, no Pantanal e na Mata Atlântica. Mas, a dormideira tem sido encontrada com frequência em ambientes urbanos, sendo fácil encontrá-las em hortas e plantações à procura da sua comida preferida: lesmas. A dormideira se alimenta essencialmente de moluscos e se mostra bastante útil no controle natural de pragas.

Um detalhe interessante é que, embora não espalhe veneno, a jararaca dormideira tem um jeitinho esperto de se defender. Ao ser ameaçada, ela tenta parecer uma serpente venenosa, triangulando a cabeça, fazendo um movimento de expansão do maxilar. A captura feita no bairro Bandeirantes surpreendeu a Guarda Municipal de Juiz de Fora fez 171 capturas de animais silvestres no município nos três primeiros meses de 2023, sendo que desse total, apenas 13 eram serpentes.

Foto CBMMG

No Campo das Vertentes, os relatos de serpentes em casas e no comércio é frequente. Em abril deste ano, o Corpo de Bombeiros de São João del Rei foi chamado para atender a uma ocorrência de captura de uma serpente de porte médio que decidiu passear por uma loja movimentada, bem no centro da cidade. Imagine o susto dos funcionários e dos consumidores! Os militares precisaram de cuidado e paciência para recolher o animal em segurança, em meio a cristais, louças e outros objetos de decoração.

Mas, deu tudo certo e a serpente foi levada sem ferimentos para uma área de mata, longe do ambiente urbano, onde foi solta em segurança. A suspeita é de que o réptil tenha saído de um bueiro na área central e entrado na loja.

Foto CBMMG

Nesta semana, um vídeo compartilhado nas redes sociais pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais ganhou destaque em todo o país. Um morador de Bom Despacho se assustou com o que imaginou ser uma cobra escondida atrás da geladeira dele. Quando os militares chegaram e analisaram a situação, descobriram que se tratava de parte do equipamento e não de uma serpente. Eles mostraram ao homem do que se tratava, para tranquilizar o morador.

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