Tortura em Juiz de Fora – homem é preso pela PM por agredir sobrinho

Foto Cristiano Machado/ Imprensa MG

Gritos de socorro vindos de uma casa no bairro Eldorado, região Nordeste de Juiz de Fora, levaram alguns vizinhos a chamar a Polícia Militar. No local, uma equipe do 2º Batalhão de Polícia Militar ouviu os pedidos de ajuda feitos por um menino de 11 anos.

Os militares entraram na casa e flagraram o tio, de 31 anos, espancando o garoto com uma cinta, na frente da filha do agressor, de 4 anos. A vítima contou que era o terceiro dia seguido em que era torturada e agredida pelo homem. As agressões anteriores causaram hematomas no olho esquerdo.

O menino foi encaminhado a exame de corpo de delito. A menina foi levada para uma casa de acolhimento provisório para crianças e adolescentes. A vítima contou aos policiais que o motivo da violência foi o fato dela ter esquecido a senha do Facebook da namorada do tio.

O homem resistiu à prisão. Ele danificou o celular do sobrinho e também o compartimento de presos da viatura. Ele estava agressivo e deu vários chutes ao ser colocado na cela do carro. Foi contido e encaminhado à Delegacia de Polícia Civil pela prática de tortura.

O Conselho Tutelar foi chamado e contou aos militares que há 15 dias já havia denúncias registradas sobre as agressões. As informações foram passadas direto aos conselheiros e também pelo Disque 100 Direitos Humanos. O Conselho Tutelar já tinha ido ao local para verificação da denúncia.

Outro problema detectado pela PM na ocorrência foi que o menino não estava frequentando as aulas. Segundo o Boletim de Ocorrência, a justificativa para a evasão foi que a avó não queria que os outros alunos e alguém da direção da escola perguntasse o motivo do hematoma no olho.

Essa é uma triste realidade quando se trata de crime de violência doméstica! Muitas vezes, a vítima não encontra apoio e sim recriminação por parte daqueles que têm a obrigação de zelar pela segurança dela! Por isso, é frequenta que crianças e adolescentes busquem socorro nas escolas, contando a um colega mais próximo, a um professor ou a algum funcionário.

O papel dos denunciantes nesse caso foi essencial! Se todas as pessoas que presenciam ou ouvem cenas de agressão e pedidos de socorro chamassem a polícia ou denunciassem pelos disque denúncias 181 e 100, muitas vidas seriam salvas e muitas vítimas conseguiriam ajuda e tratamento com mais agilidade.

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